- EAN13
- 9791036516382
- Éditeur
- Etnográfica Press
- Date de publication
- 21/01/2019
- Collection
- Portugal de Perto
- Langue
- portugais
- Fiches UNIMARC
- S'identifier
O trágico e o contraste
O Fado no bairro de Alfama
António Firmino Da Costa, Maria Das Dores Guerreiro
Etnográfica Press
Portugal de Perto
Livre numérique
-
Aide EAN13 : 9791036516382
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8.99
Partimos para Alfama com algumas perguntas iniciais. Onde está o fado em
Alfama? Como é ele? E antes disso: haverá de facto fado em Alfama? Para nossa
surpresa, as primeiras respostas que obtivemos foram rotundamente negativas.
Primeiro contacto: almoço com o Vitalha (na altura, para nós era ainda o
Victor). Cerca de 30 anos. Vive em Alfama. Nasceu lá. Aparece bem vestido,
fato completo, colete e gravata. E com aquele ar malicioso, desenrascado,
espertalhão, que de boa vontade se associa ao personagem característico dos
bairros populares de Lisboa. O ar «gingão» — dizia ele de si próprio, meses
mais tarde, em animada conversa. O Vitalha está plenamente disposto a ajudar
(«embora tenha pouco tempo...»: é árbitro de futebol, tem os fins-de-semana
sempre ocupados). Mostra a sua aprovação por termos escolhido o bairro de
Alfama como centro de interesse para o nosso estudo. E surge de imediato o
termo de comparação: o Bairro Alto. Esse já não seria bom porque... «Não tem
nada!... A não ser aquilo que se sabe...» Ou seja, é «muito ordinário» para
nós. O tema da forte identidade colectiva bairrista e da rivalidade com outros
bairros lisboetas é uma constante que se nos foi deparando em Alfama. Ainda
lhe faremos referência. Veja-se para já, a este respeito, o trabalho de João
Catarino e Madalena Pereira sobre os Santos Populares em Alfama e as
descrições das cenas de pancadaria das «púrrias» dos bairros alfacinhas em
Alfama — Gente do Mar, de Eduardo de Noronha.
Alfama? Como é ele? E antes disso: haverá de facto fado em Alfama? Para nossa
surpresa, as primeiras respostas que obtivemos foram rotundamente negativas.
Primeiro contacto: almoço com o Vitalha (na altura, para nós era ainda o
Victor). Cerca de 30 anos. Vive em Alfama. Nasceu lá. Aparece bem vestido,
fato completo, colete e gravata. E com aquele ar malicioso, desenrascado,
espertalhão, que de boa vontade se associa ao personagem característico dos
bairros populares de Lisboa. O ar «gingão» — dizia ele de si próprio, meses
mais tarde, em animada conversa. O Vitalha está plenamente disposto a ajudar
(«embora tenha pouco tempo...»: é árbitro de futebol, tem os fins-de-semana
sempre ocupados). Mostra a sua aprovação por termos escolhido o bairro de
Alfama como centro de interesse para o nosso estudo. E surge de imediato o
termo de comparação: o Bairro Alto. Esse já não seria bom porque... «Não tem
nada!... A não ser aquilo que se sabe...» Ou seja, é «muito ordinário» para
nós. O tema da forte identidade colectiva bairrista e da rivalidade com outros
bairros lisboetas é uma constante que se nos foi deparando em Alfama. Ainda
lhe faremos referência. Veja-se para já, a este respeito, o trabalho de João
Catarino e Madalena Pereira sobre os Santos Populares em Alfama e as
descrições das cenas de pancadaria das «púrrias» dos bairros alfacinhas em
Alfama — Gente do Mar, de Eduardo de Noronha.
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